E ali estava ele, preso em pensamentos, sem jamais ter um lar verdadeiro, pelo menos em sua cabeça...
Sua mente havia lhe pregado várias peças, agora tudo o que via não passava de um borrão preto e branco.
Pensara que tudo o que tocava era destruído: seus ideais, sua visão, suas paixões, sua vida...
Era hora de terminar com isso.
O cabo da pistola era gelado, podia sentir pelo bolso de sua calça, ainda mais gelada que a brisa da sacada do seu apartamento. Estava ali a horas, o tempo já não importava mais, pois o sol já podia ser visto por entre os prédios; fraco, assim como ele.
O celular toca. Não se lembrava de o ter deixado ligado. Riu de sua falta de atenção e o atendeu para sua última ligação.
A voz da outra linha parecia desesperada, ela queria mudar a cabeça dele. Mas já não a escutava mais.
Ela pediu: Abre a porta, eu imploro.
Relutante, abriu a porta e a viu aos prantos. Sem aviso, ela o abraçou forte e sussurrou algo no seu ouvido. Ainda abraçado a ela, ele começa a chorar também.
Ficaram assim por um longo tempo, assim percebeu que nada mais importava.
O tempo havia parado para observar os amigos.
Assim sorriram, pois percebeu que a tinha ao seu lado desde sempre, podendo rever tanto a cor da sua vida, quanto as do seu coração.
PS.: Esse texto é dedicado a minha eterna amiga Alina. Por sempre me fazer ver a luz, quando eu vejo apenas escuridão.